segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O sol cega
cuspindo o fogo do presente
no olho
do horizonte
do futuro
e seca a garganta
ensurdecida pela aridez
da desrazão
da experiência rasa
do absurdo
O calor experimentado
indistintamente
abafa a abertura
do mundo a nada
Esclarecida a cidade
se apaga nas retinas
de pedestres
atravessados
pelas luzes que obscurecem
o amontoado que soterra
o sentido
do suor
do que soa
Avenidas coletivos pernas colos culos braços trabalhos
tempo máquina
vida sem instante
de chiaroscuro
E o sol cresce
iluminando as costas
e faz a gente
se abster e fugir
com as vistas
do que alimenta a vida
e a certeza
da contingência
do futuro

Um comentário: