domingo, 2 de dezembro de 2012

O cheiro de peixaria
me toma de assalto
num sobressalto
extático
me instalo no estalo
da exuberante deterioração:
do concreto
do velho
do mar
E me prostro na esquina
do estado - iluminado -
na casa cheia
de quartos
maresia ferrugem comensalidade marulho
barulho e música
agora
provavelmente vazia
talvez repleta
de pedras e sombras
Falo nas lembranças
esquecimentos
coisas que criam
nódoas
O frescor do fedor
mesmo se foi
logo que a construção começou
arruinado
Restou a
penas
este edifício de palavras
que fugaz
não tem o vigor
de peixe morto

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