domingo, 3 de abril de 2011

Sem nome (e sono)

Acordado, compartilho o ressono
dos amores que não conheço
Dormem em mim todos: sonos malditos
sem ditos, sem doses,
saudosos – de coisa alguma

Notívago, deitado na cama vaga, cheia
de papel e faltadas lembranças, vago
anotando cada noite, para esquecê-las
pelos dias. Nesses, para não deixar vazar o ronco,
Engulo o sono e conjuro as mágoas – não vi(´)vidas

Cansado, naufrago em lama
(cheia de papéis vagos e garrafas destampadas).
Flutuo no escuro, sem luta ou luto, calado.
Mas se me caio, vou do torpor ao arroubo.
Cuspo sangue e injurio o amor – sonho (agora) roto