domingo, 3 de março de 2013


fazer poesia com um martelo
que desafia a pedra
intrincado no concreto
num sistema com o braço
poesia
como trabalho explorado
na intensificação dos gestos
contatos contados
pela iminência da ruptura
experimentar a brutidade
da dureza
de cada cálculo
e rasgar a pedra fragmentos
fazer pulsar as pedras
dos peitos
na tensão do músculo
quando arrebenta
o sistema no braço
no meio do caminho
as perdas
do peso do martelo
estendido no braço extenuado
pela gravidade do
impacto
contínuo rígido movimento
de encontrar o concreto
que nos constrói
com palavras plenas de fissuras
a ganhar vida
pela gestação
do que irrompe
na abertura