domingo, 29 de maio de 2011

Antes um bancário competente,
bom ao carimbo e a mostrar os dentes,
do que duzentos artistas medíocres 

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Isto não é um poema (sobre o calor)

Faz muito calor nessa solidão
Talvez isso explique o jardim asséptico
de calor tão limpo e seco
que parece tentar por fim ao pathos

Não pode haver viv'alma, nem 
mal'existência 
no calor florido
que mata germes e vermes
(e donde toda gente finda)

Não há paixão abaixo do solo, nem dolo
Acima, somente a solidão fatigada pelo sol

Os mortos – os brancos – dessa terra quente
se acreditam no éden
vivendo sólidos, sóbrios e sábios
limpos, polidos, lisos e insípidos
Sepultados no jardim,
sem nem ao menos terem morrido de calor  

domingo, 15 de maio de 2011

Revolução copernicana de um animal não-ruminante

O poeta fala...
Deixa suas merdas no caminho
Apesar de não quadrúpede
Não tem por costume
Caminhar ereto
Tem a cabeça virada aos pés
Os olhos (desinteressados) aos réus
Come em demasia o seu entorno
Mas jamais rumina