Faz muito calor nessa solidão
Talvez isso explique o jardim asséptico
de calor tão limpo e seco
que parece tentar por fim ao pathos
Não pode haver viv'alma, nem
mal'existência
no calor florido
que mata germes e vermes
(e donde toda gente finda)
Não há paixão abaixo do solo, nem dolo
Acima, somente a solidão fatigada pelo sol
Os mortos – os brancos – dessa terra quente
se acreditam no éden
vivendo sólidos, sóbrios e sábios
limpos, polidos, lisos e insípidos
Sepultados no jardim,
sem nem ao menos terem morrido de calor