domingo, 30 de outubro de 2011

No emprego,
carrego minha cruz
e me prego

domingo, 23 de outubro de 2011

E me perco nesses labirintos
de ninguém mas nossos
criando sonhos
de insones insossos
expostos nas galerias
subterrâneas
Cansado e cônsono
do contra-senso

E me corto a cútis
sutilmente
mas o suficiente para o desastre
noturno
da vida sonhada
em esforço fajuto
que finge o aceite
do fato e do feto
mas aborta absorta
com vulgar abordagem
nas paredes que fecham
o recinto do afeto
pra fugir da ferida
fétida dos restos

Indolor, experimento
o quadro absurdo
que fede
à bocejo acre de sono
e rexisto, apesar do silêncio noturno,
confuso
à recusa do que a mim se escusa
Sem prumo, luto
no que acredito:
a experiência lúcida
e presente da pele

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Não sinto o que escrevo, minto
Não falo o que sinto, calo
Não escrevo o que calo, escravo
Não culpo o acaso ou o ocaso

Escravo do que sinto, cuspo
Sinto o ocaso se escrevo
Calo o que escrevo, minto
Se acaso falo me culpo

Culpo o que sinto se falo
Escrevo escravo do calo
Cuspo ao acaso o que sinto
Minto o ocaso e escrevo

Cuspo o que sinto e me calo