Sinto o cheiro
amadeirado,
ao meu lado, de tabaco
com uma unha vermelha
quebrada que me passa
em um ônibus lotado.
Vejo a rua e a poeira
sem vida que ressoa
assoviando uma música
na orelha.
Não experimentamos
nem o som dos
automóveis
que passam.
Só
compartilhamos
a medida do tempo
falsificado,
quando o cheiro escapa
ao asfalto,
que apesar
da rigidez
do engarrafamento
flui e não passarei
mais.
Fico marcado pelas
unhas
e por este cheiro de
cigarro
sinto algo que há
entre as
cabeças e pernas,
mas adstritos,
apesar de implosivos,
permanecemos sujeitos
do nada
que temos em comum.