quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O sol suspende a sala
ao atravessar a porta
deslizando pelo piso
e nas paredes refratado
pelo vidro cobrindo
o apartamento com sua
carne que ilumina
os olhos com a luz
da casa de cantos
dos pássaros
de quintal e terraço
de missa e cachaça
revestida de cal e piano
Não há nada que
se possa fazer contra
essa luz que adentra
abruptamente o apartamento
e entrega tudo o que tem
e reintegra à terra
que deixa um ardor nos olhos
uma fissura no concreto
e este desejo urgente
de ficar com este corpo sujo
de cravar o pulso no mundo

domingo, 17 de novembro de 2013

O gato devora
a noite como
se fosse aurora

sábado, 2 de novembro de 2013

Permanecer no sol como
um galo que antecipa o
grito da manhã por
que está dada
a necessidade
de soltar o brilho
pela garganta e deixar
a madrugada em chamas

Galo prenhe do vermelho
com os olhos banhados
à terra que o agarra
espora cravada
ferida pela pele
que queima do calor
do momento e habita a
alvorada aberta na garganta

ao permanecer