sexta-feira, 6 de julho de 2012

Como a rua,
vazio mostro-me pleno
no momento das salas cheias,
de copos
destilados,
transbordando corpos
lacerados inteiros,
movimentando-se
maquinalmente...
carros.

Estou caro,
um artífice de enlatados,
trocando pernas e abraços,
como uma varejeira
no varejo de carnes
de peças inteiras 
(não seriam pedaços?)

Já gastei todo o silêncio
agora flano e falo
(com'eu falo!)
no salão dos acéfalos
reféns de status -
carentes de afeto.

Amanhã,
na sala vazia,
ficará a janela suja
e o barulho dos carros
e a ressaca na carcaça.
Vazios ou cheios
de cacos
precários
estaremos.