quinta-feira, 25 de julho de 2013

Perdeu-se o fio da meada
o que poderia ser
não está sendo nada

sábado, 20 de julho de 2013

Não há mais face
não há mais classe
mais um no meio
dessa gente toda
meio torta
meio sabedora
de que carrega
a dor do peso
de não saber
o que pisa
e o ardor dos pés
que calçam
descalços o chão
A cara dura
como de qualquer
um ou outros
marcas mais
marcas menos
são só marcas
da expressão
sem dono
dessas linhas
de face que
costuram a todos
que já não a tem
mais no meio
dessa gente toda

domingo, 14 de julho de 2013

Só posso falar do concreto
das coisa com que cresço
desses prédios e casas
e ruas
e gentes
onde encontro espaços
às vezes co-roídos
pela excessividade do tempo
onde se dão as lembranças
e muitos ruídos
constantes
consta aqui o momento
quando em fato se escuta
o que ecoa nas fissuras
Só posso falar do concreto
Só posso falar co' concreto
Só posso falar no concreto
esse barulho contínuo
que nos abandona no mundo
do que está construído
por mãos alheias
de onde livremente se opera
tudo pronto
e inacabado
à espera do encontro
com o nascimento
do concreto