domingo, 16 de junho de 2013

Quanto mais lavo as mãos
mais sujas elas ficam
dos gestos interrompidos
das palavras interditadas
do emprego sem produção
da incompreensão dos inter
esses
Mãos
limpas do concreto
limpas de toda terra
meras mãos
cheias de dedos
linhas, impressões
fugidias, memórias entulhadas
acumulando poeira
cada vez mais sujas
cada vez que as lavo

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