terça-feira, 20 de novembro de 2012

                   para M. I.

Desterrados.

Estrangeiros 
em qualquer lugar
compartilhamos sangue e sono
a partilhar
não há nada
O avesso
de permanecermos
mudando
é a memória de não ficar

Trocamos de paredes
de peles
de bom-dias a ofensas
vidas em sofás.
Não tenho os sonhos
de cura: suor na cara
de procurá-la em mim
sempre fora
de quadro
e divagar

Estamos estranhos
mas já comprei
nossos sorrisos de festa
não estou de acordo
mas já que não dormimos
juntos
podemos apenas esquecer
acordar e usar
são normais e brancos
nunca mastigaram
terra
Mas como tudo no mundo
eles também
hão de ficar
banguelas
e passar

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