segunda-feira, 22 de outubro de 2012

O redemoinho de asas,
previsão de pássaros,
precede a tempestade
que prendo.
As palavras, como alpiste
consumido pela casa,
em cascas se esvaem
com o plano de desgraça.

As paredes delicadamente
caiadas já estão caídas
pelo chão de madeira.
As invertidas portas
estão abertas por
nada.

A tempestade de asas
precede o silêncio
que precede o olhar
que precede
a tempestade.

O relógio está parado
pendente na parede
no piso
e os pássaros se foram
neste vácuo
vento é o que bate na cara.

Estamos livres.
Há tempestade.

2 comentários:

  1. gostei muito. "na tua ausência" seria um verso dispensável.

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  2. Gosto bastante dos seus poemas, Josely. Por isso, agradeço pelos comentários. Mantenho o blog por essa possibilidade de interlocução.

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