sexta-feira, 20 de abril de 2012
para B. A.
Olho pela janela te procurando
não sobra nada de mim
nesses casarões que assombram
as ruas que trazem histórias,
que me atravessam. Atropelado
nu. Agradeço, ninguém me vê,
despudorado, olhando dentro de ti,
sentindo teu cheiro de castanha e
combustível queimado e
permanência dos dias. Tacanho,
tenho nada daqui que não seja
a ti nos meus sonhos de passagem,
de passado pastiche. Ensejo
procurar-te, e esta tua pele cinza
sob as roupas, a mim estranhas,
só bons ventos trazem. Entranho
esta luz amarela que brilha dos teus
olhos aos meus e escondem a distância
que não supero da janela. Supurado.
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