sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Isto não é um poema (sobre o jardim) ou Poema Infantil II

As moscas do jardim florido estão mortas,
posto que lhes faltam as merdas,
dos vivos que se foram, e
só deixaram a primavera,
sem amantes ou amores,
pusilânime e mórbida.

Enquanto isso, os brancos vivem,
com seus lixos queimados,
enterrados no jardim,
com alvura de livor,
e se negando a decompor,
com o porém da podridão.

Interrompe-se, assim, o ciclo
brutalmente honesto
da vida que vinga no excremento,
nutrindo a terra e alimentando
as moscas, que fazem das fezes
sua fértil morada.

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