sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Poema de amor

ando anônimo pela cidade
cheirando
a álcool e tabaco
encharcado da chuva e dessa
luz incandescente
desço a rua atônito e indeciso:
fodido só
ou safo entrementes?

sobre o asfalto vomitado
estou perdido, mas permaneço
seguindo os restos
como um rato (bêbado).
rastejando entre os dejetos
sobre as faltas, vou-me tardo
tateando algum desejo

cuspo .
cuspo a pedra nua
vislumbrando a pele escura
que é motivo deste vômito

e me move

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