quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dentro desta pele acidentada
Procura o que há profundo – em si, nada
Percebe menos essência do que acidente
De permanente, o acre do balbúcio

Por fora lisa, a boca desdentada
Cerrada, esconde o áspero – do deveras gritado
Como não se pode, poda (... penso
Ensinado: pede asilo e se prostra)

A cara marcada e os lábios roxos
São o sufoco da língua afiada
Que tenta esconder com os olhos
O terror do abismo na garganta

Não olhe fixo se não quiser ser olhado
Foi o que ouvi consternado e digo:
O diabo é o silêncio diáfano da fenda
Que não adverte a vertigem adida

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